Primeiramente
o importante é saber o que seria a fenomenologia. Fenomenologia deriva da palavra phainesthai que significa aquilo que se
mostra, e logos que significa estudo,
sendo etimologicamente “o estudo do que se mostra” O que se aparece para nós
primeiramente pelos sentidos.
Então
estudar aquilo que se mostra não é fácil, porém a fenomenologia tem como objeto
de estudo o próprio fenômeno, isto é, as coisas em si mesmas e não o que é dito
sobre elas. Buscando a consciência do sujeito através da expressão das suas
experiências internas. Ou seja, interpretar o mundo através da consciência do
sujeito tendo como base suas experiências. Fenomenologia é a descrição de todas
os fenômenos ou significação de realidade como: materiais, naturais, culturais,
ideais. Tendo como método procura mostrar o que é apresentado e esclarecer este
fenômeno.
O filosofo Edmund Husser contribui em
muito para fenomenologia como a vimos hoje, tentando responder a questões como:
o que é o número e o que constitui? Então percebeu que não responderia a tais
questões por ser algo novo e de uma amplitude ainda muito desconhecida e ainda
não era tratado como ciência. Contudo Husser fundamentou um termo chamado de
intencionalidade da consciência que seria um conceito central da filosofia fenomenológica.
A consciência
é um ato intencional e sua essência é a intencionalidade, ou o ato de visar as
coisas, dando-lhes significação. O mundo ou a realidade é o correlato
intencional da consciência. Assim, por exemplo, perceber é o ato intencional da
consciência, o percebido é o seu correlato intencional e a percepção é a
unidade interna e necessária entre o ato e o correlato, entre o perceber e o
percebido. É por esse motivo que, conhecendo a estrutura intencional ou a
essência da consciência, se pode conhecer a essência da percepção (ou da
imaginação, da memória, da reflexão, etc.)
Segundo Husser, o que realmente importa
para a fenomenologia não é se o mundo existe ou não e sim como a minha
consciência, consegue ter a percepção desta consciência de mundo. A consciência
é voltada para alguma coisa mas não se pode entender por completo. A
fenomenologia vem tentar desvendar os fenômenos que estão envolvidos nessa
relação intencional que o homem vive no seu dia a dia com os outros.
Perguntando o que é tal coisa? E não perguntar como tal coisa acontece?
Husserl ampliou o que seria a
fenomenologia. Com Kant o fenômeno seria apenas as coisas da ciência naturais: física,
química, biologia, astronomia, etc. coisas que lembramos do dia a dia uma vez
que fazem parte da nossa vida. Mas também ideias ou idealidades, ou seja coisas
que existem apenas no pensamento, ou entes estudados pela matemática: figuras
geométricas, números, operações algébricas, conceitos como igualdade,
diferença, identidade, etc. Pela lógica: conceitos de universalidade,
particularidade, individualidade, necessidade, contradição, etc.
Além das coisas
materiais, naturais e ideais, também são fenômenos as coisas criadas pela ação
e pela prática humanas (técnicas, artes, instituições sociais e políticas,
crenças religiosas, valores morais, etc.). Em outras palavras, os resultados da
vida e da ação humanas – aquilo que chamamos de Cultura – são fenômenos, isto
é, significações ou essências que aparecem à consciência e que são constituídas
pela própria consciência.
Segundo Husserl,
a fenomenologia está encarregada, entre outras, de três tarefas principais:
separar psicologia e filosofia, manter o privilégio do sujeito do conhecimento
ou consciência reflexiva diante dos objetos e ampliar/renovar o conceito de
fenômeno, ou seja a realidade que se oferece a nós na experiência.